A VERDADE DAS MÃOS


A VE   A VERDADE DAS MÃOS

Com as mãos lidei a vida inteira

Mas só hoje eu as tento analisar

Acho que encontrei uma maneira

Rimando vou assim me expressar

A minha convicção é verdadeira

Nessa tão nobre arte de poetizar...

 

Há mãos que estão aplaudindo

E mãos de carrascos acoitando

Tem sempre mãos construindo

Enquanto outras vão assaltando

Vejo mãos estendidas pedindo

E muito poucas mãos doando!

 

Tem as mãos que salvam vidas

E também mãos que maltratam

Mãos postas em preces sentidas

Pedindo os milagres que faltam

Tem mãos covardes dos suicidas

Que por fatalidades se matam!

 

Existem inúmeras mãos sadias...

Mas há também mãos deficientes

Tem mãos que causam acidentes

Há mãos hábeis lá nas padarias

Fazendo pães e doces excelentes!

 

Existem mãos frias e já cruzadas,

São mãos de alguém que morreu

Mãos de ginecologistas preparadas

Para acolherem o feto que nasceu

Existem também mãos malvadas

De quem outro aborto cometeu!

 

As crianças têm mãos inocentes

Que buscam amor e dão carinhos

As mãos safadas dos adolescentes

Que buscam pelo prazer sozinhos...

Tem mãos no escuro irreverentes

Que tateiam por outros caminhos!

 

Existem as mãos já consagradas

São mãos do papa e do reverendo

As mãos de pessoas embriagadas

Seguram o copo que estão bebendo

E as mãos de coveiros abençoadas

Que sepultam os que vão morrendo!

 

Mas as mãos de médicos cirurgiões,

Dependem das mãos de anestesistas

Mãos de gigantes e mãos de anões

No circo tem as mãos de trapezistas

E as mãos dos palhaços trapalhões

São mãos alegres, mãos de artistas!

Tem mãos de mecânicos, carpinteiros

Mãos de outros profissionais liberais

Na música tem mãos nos pandeiros

Determinando os compassos musicais

Mas as mãos de nossos bons violeiros

Fazem muitos corações baterem mais...

 

 

Mãos que vivem em nossa memória

Todas elas mereceram consagração

Princesa Isabel alcançou sua glória

Assinando a Lei Áurea da Abolição

Chico Xavier entrou para a história

Usando uma caneta em cada mão!

 

Mãos de marinheiros e de aviadores

Mãos de músicos, mãos de motoristas

Mãos de cozinheiras e de pescadores

Mãos de goleiros e mãos de ciclistas

Mãos de políticos, mãos de eleitores,

Mãos negras, brancas e mãos racistas!

 

É impossível de todas as mãos falar

Mãos são instrumentos para dirigir

As mãos de mãe servem para afagar

Enquanto embalam o filho a dormir

As mãos do poeta existem pra rimar

Amor e paz, as esperanças do porvir!

 

Mãos caridosas com carinho acolhem

Abrigando os seres mais necessitados

Mãos dos juizes assinam e escolhem

Penas para os inocentes ou culpados

Mas são mãos laboriosas que colhem

Todos alimentos no chão semeados!

 

Mãos de professores só ensinam a ler

Mãos de alunos copiam com atenção

Mãos que mostram o caminho do saber

Mãos folheando com amor cada lição

Mãos portadoras do segredo de vencer

 

E mãos que serão o futuro desta nação!   

 

 

Mãos de cegos pressentem os perigos

Tateando percebem obstáculos à frente

Surdos-mudos vêem nos sinais amigos

A chance de conversarem com a gente

Mas são as mãos dos terríveis inimigos

Que ceifam vidas de pessoas de repente!

 

Mãos de Deus criaram com puro barro

O homem, a sua mais perfeita criação

Com cimento, o mestre Adélio Sarro

Cria muitas esculturas com dedicação

Mãos criativas que aqui também narro

E em rimas expresso a minha gratidão!

Mãos, são desde a criação desse mundo

Ferramentas para fazerem o bem ou mal

Deus criou tudo com seu amor profundo

Mas a humanidade tornou-se desigual...

Mãos que semeiam um amor fecundo

São mãos que querem a paz universal!

 

Terminando esse meu poema das mãos

Não posso daquelas mãos me esquecer

Mãos perfuradas que curaram os pagãos

Daquele que muito sofreu sem merecer

As mãos santas, de quem nos fez irmãos

E que por nós, foi condenado a morrer!

 

 

                          

                                  

 

homenagem do autor a todos que usam as mãos para fazerem o bem, combatendo o mal.                                                              

 
 

Mauro Máximo da Silva
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