Rio, 04/06/1999.


No sertão a terra anda a lamentar:
O chão rachado da seca ardente,
O sertanejo da chuva está dependente
E o vento o pó vermelho a levantar.

Gente humilde e sem vintém,
Que amor a sua terra tem,
Arraigada ao pedacinho de chão;
Confessando, ao peito põe a mão:

Seu moço nós só precisa d’água
Pra modu tirá toda as mágoa
E pudê prantá um poco de fejão.

Nós tamém é brasilero de coração,
Mais u homi qui guverna num oia
Num vê que só u choru nosso torrão moia!

SEDNAN MOURA

Será que este soneto comove o coração dos governantes para eles fazerem algo pelo sertanejo? Acho que são cegos e também surdos!

Rio de Janeiro

Sednan Moura
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