A cíclica quinzena aflige o homem de bem
Após longa jornada de labor e sem mágoa da covardia
Que oprime o vencido com ironia
O colorido da vida neste tempo advém
Com a desejada alegria
 
A mistura de empolgantes sentimentos
Para o ínfimo período que longo tempo há de se manter a euforia
Não significa resignação para que a outra parte ria
Mas porque o martírio, de tão sofrido, se põe a termo nestes momentos
Para o encontro de quem outrora nascia
 
Pode o chacal estar se alimentando sem cerimônia
Da porção de quem cresce todo dia
E mesmo no futuro, sabendo que a expensas de outro alguém vivia
O Homem que trabalhou sem parcimônia
A sua alma, para o seu mundo, enobrecia
 
Façamos preces ao Nosso Senhor
Para que o moinho gire com intensa energia
Esmagando continuamente a letargia
Para que esta situação se transforme com vigor
Em Igualdade Temporal, em harmonia
 
Quando então é chegado o momento
Em que a realidade veste a fantasia
E estamos diante de tão linda companhia
Cessa a saudade, o sofrimento
Vem com o amor a alegria
 
E neste mágico encanto
Que duram poucos e sagrados dias
Somos de novo família
A mesma que antes desse estado pranto
Vivia sem dor, sem agonia

A Humilhante condição do homem, que tem legalmente seu sentimento tolhido assim como o seu milenar direito de ser pai, ocorre em função de um privilégio de gênero gerado pela incompreensão humana na sociedade contemporânea que inverteu a relação de poder que outrora foi vigente. O desejado equilíbrio será alcançado quando as igualdades de tempo e de custeio forem regentes para com os filhos nas instituições, visando corrigir a cultura de massa, como ocorreu com a abominável escravidão, em função do senso de justiça baseado na igualdade de direitos e deveres - fato que deve permear não somente as relações humanas, mas também as relações políticas institucionais.

Marcelo de Barros Pimentel.
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Poesia elaborada em Niter