Cárus


Veneno brilhante,
Pecado doce e santo.
Arranjo mélico,
Sentinela do meu inferno.
Milícia das noites,
Poesia de inverno.
Sonho cordial,
Velas iluminando túnel.
Olhos que brilham no escuro.
Chuva e sol,
Megálio da lua.
Avesso dos horrores,
Secreta candura,
Solução as minhas dores;
Outrora um vício,
Acendendo o corpo,
Apagando a razão.
Mina de encanto,
Dona dos lábios que calam
E dos olhos que cantam;
Dona do que tens e do que cativas.
Madona prateada,
Flor: pétalas e espinhos.
Corpo: carne e osso,
Boca e pescoço,
Luz e caminho,
Meia-vida.

Luciano Marques
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