Ainda que alçados à celestial esfera
e mesmo , elevados ao paraíso
entorpece-nos a razão e  nosso vão juízo
Prevalecendo sempre o ímpeto da fera
 
 E sob um remoinho de carnais urgências
somos mansamente arrebatados
e num doce êxtase, ficando assim  prostrados,
sucumbindo ao gozo das concupiscências.
 
Eu contemplo a alma e a alma é linda
E me surpreendo ao querer  tudo o que há de mais sublime
E o contemplar da alma, já não nos redime,
Pois que,  já sendo almas, somos carne ainda
 
O que não nos torna vis, viscerais, profanos,
Nem nos outorga culpa, sofrimento ou sina
E  sem abrir-mos mão dessa porção divina
Ao final das contas, somos somente humanos
 
Hei de cortejar-te em prosa e verso
E hei de enamorar-me em poesias
Até que passe o sol  e que se findem os dias
E que se acabe tudo que há no Universo.

BRUNO
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