Incorpora em nosso silêncio uma nostálgica sensação de conforto
Uma sobriedade servida em uma bandeja que reflete tuas maçãs
E a perfídia acumulada em teus olhos claros das coisas vãs
É vastidão do esquecimento sobre a insana mente de um morto
 
Pela essência aromática que se envolve no afago, uma noite moderna
Com estrelas artificiais, incompreensível contraste e maciços corpos
Onde correm os rios de veias pastas, para encharcar a carne dos corvos
Do mais puro sangue, e inebriar a sofrida vida eterna
 
Atmosfera enevoada de ilusões, enclausurada ao silêncio, petrificada
Em tua lucidez que predomina a alucinação, e na insanidade soterrada
Que resguarda um amor esquecido, um corpo fétido, sem esperança
 
Em pleno luar de sangue, o meu coração se regenera, frio como o fim
Sinto pela última vez, no mais tardar, que teu olhar paira sobre mim
Empoeirando cada palavra de nossos sonhos, pronunciada com instância 
 

Dennyswell Almeida
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