Algumas vezes, em alguns seres a alma morre.
O corpo continua em pé no entanto, vive, permanece...
Enquanto caminha apático e estranho ao mundo sua agonia cresce
E interiormente já o inferno da nulidade percorre...
A alma que amou verdadeiramente e perdeu o amor, o teve baldado
Por vezes desiste. Poderia encontrar novo sentimento, mas desiste.
Fica um corpo físico, mas sem presença: inerme e triste
Sem expectativas de um futuro e preso às alegrias do passado...
Preocupação, saudades e dor: É tudo o que tal existência consome...
O antigo amor é a única coisa que poderia saciar sua fome
De sentido à vida... Não restam mais práticas e nem teses...
Já adentrou a escuridão; um inferno de lama e fezes...
E por mais que o corpo sorria, esboçando ilusória alegria
A alma já se perdeu na aniquilação profunda e infinitamente sombria...
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