Fragilidade

 
Há certos momentos na vida que nos leva a refletir profundamente.
Bem às vezes nos deparamos nessa situação, na tentativa de nos ver, descobri conhecer, e nos encontrar. Essa busca é complicada, a busca de nosso interior e no trilhar dentro de nós encontramos fechaduras difíceis de abrirem e mesmo que consigamos abri-las nos negamos a girar a chave, talvez por medo de nunca mais conseguirmos fecha-la e então vivermos o absoluto abismo refugiando no conforto dos dias e nas fantasias da felicidade reconstruídas e coloridas a sutileza do momento.
Como é triste o passar dos dias em crises! ... Entre uma pausa e outra respiramos profundamente como se gritássemos por socorro, rasgando os pulmões sufocados pela mágoa do tempo, respirar e respirar são opções únicas que nos resta dos cascos que sobraram do vazio que nunca preencheram.
Lembro-me da frase de Goethe
“Faz o que for justo. O resto virá por si só."
Praticamos muito isso, dentro dos limites que nos permite, pois nunca devemos nos permitir além de nossa capacidade psíquica, emocional e social, fazer o que é justo em momentos conflitantes é uma saída e talvez a única que nos resta, se fazemos o certo não sabemos, mas fazemos repetidas vezes mesmo que os resultados colhidos não sejam o que almejamos atingir ou necessitamos naquele exato instante, restando-nos saber se fomos racionais ou irracionais, isso o tempo por si só nos dirá.
Certa vez li “a crônica Intitulada: ‘O velho índio e os dois lobos”. Onde narrava à sabedoria dos velhos índios, a leitura veio de encontro e de forma simples poética, por vezes muito direta, tocando no ponto principal de minhas buscas e de minhas indagações, surgiram verdades que até então desconhecia ou me recusavas a conhecê-las. São verdades que me falam diretamente ao coração, onde um velho índio explicava ao seu neto os conflitos que acontecem dentro de nós, falava que dentro de nós há uma batalha entre dois lobos. Um é Mau, que é a raiva, inveja, ciúme, tristeza, desgosto, cobiça, arrogância, pena de si mesmo, culpa, ressentimento, inferioridade, orgulho falso, superioridade e ego.
O outro é o lobo Bom, nos permite ter alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.
Cuidadosamente o neto observava ensinamento e pensava na luta entre os dois lobos então, perguntou ao avô:
- Qual lobo vence?
O velho índio sabiamente respondeu:
- Aquele que você alimenta dentro de você!
Já parou para refletir, qual deles você tem alimentado?
Você é justamente o que come.

Determinada Re/ 2012 

Re Carvalho
© Todos os direitos reservados