Na poesia extravaso tudo que meu peito sente
Guardo dor e amargura de descaso e ingratidão
Vejo a esperança vaguear sem rumo
No mar bravio, da cruel desilusão
Ouço meu eco no espaço, num brado triste e pungente.
Abrindo chagas ardentes, ferindo meu coração
Sinto-me triste e sem vida, numa estrada perdida
E sem forças me arrasto rolando ao próprio chão
 
Muito me esforcei, batalhei, lutei e cansei
Pedi, roguei, implorei aos céus para alcançar
Progresso na caminhada, luz na minha estrada
Muita paz força e guarida para resistir á vida
E vi apenas meu barco, sem destino navegar
Com luta intensa ao destino implorei
Que me desse força e me estendesse a mão
E cheia de esperança pensava triunfar
 
Vi desapontada minha luta ser em vão
Infeliz do ser que não sabe levantar do chão
Espera cair do céu tudo que precisa
Deixa sem coragem o mundo desabar
Não luta e não se esforça para ganhar o pão
Sua conformidade ou preguiça lhe encalha
Pega a viola do saco, entoa uma canção
Passa mal, nada possui, mas não trabalha...
 
Outros incansáveis como eu não desistem
Com certeza lutarei com fé até a morte
Não fui digna de fortuna e boa sorte
Mas ainda acho-me feliz, tudo Valeu!
Com sacrifício fiz meu próprio lar
Confortável e simples, mas somente meu
Há em minha porta um jardim florido
E de lindos pássaros, ouço o cantar
 
Tenho na terra uma riqueza imensa
Vejo , ando, ouço e sei falar
Reconhecida, tenho sentimentos a agradecer
Ao Criador que me trouxe a terra
De manhãzinha sei a Deus louvar
À noitinha minha lida encerra
No meu leito posso descansar
Confiante em Deus espero me salvar