ASFALTADA - dezembro, 2011

 Em meio ao mar de aslfalto
que do alto parece serpentes
em meio a fumaça progressista
dos canos dos cavalos antagônicos
em meio ao barulho intoxicado
na busca pela porta da frente
vejo criaturas atropeladas pelo nada
vejo altares de cimento
recebendo sacrifício inocente
vejo vidros quebrados pelo grito
vejo névoa quente pulverizando pulmões
vejo o que corre atrás do que corre
vejo o tudo que não é nada
vejo tudo
e vejo nada.

waldir salum junior
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