seu gosto         ...
seu cheiro e essência estão em meu corpo
já não sinto as mesmas necessidades
coisas que me davam luz
são as mesmas, que me enterram
Os motivos que me enchiam de vida
São os que me dão tristeza hoje
e me aprofundam cada vez mais.
Não tenho mais necessidades
elas vem sucumbindo pouco a pouco
as marcas vem tomando conta de meu corpo
e seus anseios já não são os mesmo que os meus.
Paro...
reflito...
já não vejo mais solução
 a voracidade do tempo não deixa dúvidas
é solidão
é o afastamento solitário que me faz inerte
Talvez não possa mais criar novos sonhos
pois, é desnecessário
agora são só seus,
acredito que não são compartilhados,
meus sonhos, como antes
me sinto sozinho...
Vazio
escrevo, descrevo, relembro,
não tem o mesmo sentido, porque
pra ninguém mais interessa
 só a mim, e isso não basta
pois,  o que me interessa
não interessa mais a ninguém
que posso fazer...
esse abandono, esse deixar,
esse ignorar que me leva a abandonar esses meus desejos
que de outro tempo
já não alimentam mais
teus desejos.
Não sem razão, pois, é o fim de um tempo
que nada trago de novo
somente o desejo e minha paixão
mas isso não é mais nada,
pois tudo isso é só meu,
de mais ninguém
então chegou a hora
de ir, pois só agora consegui compreender
que tenho que me afastar
sem que ninguém tivesse o trabalho de
me avisar
que teu caminho agora é outro
e você  não vai segui-lo
e lá na frente já terá me esquecido
E em pouco tempo,
nada mais existirá
só você poderá retificar
que o amor é mesmo assim
e em algum momento jogará
a última pá de terra sobre meus desejos
e meu corpo que agora jaz inerte
em qualquer lugar
que ninguém se interessará
onde nem mais restará
o último sopro de vida.
 
 
 
 
 
 
 

sergio de macedo saldanha
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