Não sei seu nome, de onde veio, sua personalidade… Nada! Não sei absolutamente nada a seu respeito. Mas eu sempre sonhei com você, sempre desejei seu sorriso junto ao meu. Durante muito tempo eu achava que a culpa era minha, que eu deveria ter algum problema, mesmo hoje, depois de crescida eu continuo sem compreender. As pessoas não dizem que amor de “mãe” nasce no primeiro dia, do primeiro contato? Você deveria me amar, por que você não me amou? Eu não sei se lhe admiro por ter me dado a oportunidade de vida, não fazendo aborto ou tampouco a recrimino por ter tido sangue tão frio ao me entregar quando nasci, e nem sequer ter olhado pra mim uma única vez. Você faz idéia de quanto isso dói saber que a pessoa que te carregou durante meses, nunca te viu na vida? Provavelmente não né! Eu sinto falta de abraços que nunca tive, de conversas que sempre imaginei e de demonstrações de afeto que sei que jamais vou ter e isso dói, como dói! Eu tenho esperança de que algum dia lhe encontrarei, esperança idiota que você tenha se arrependido e corre o mundo para me encontrar. De vez em quando eu vou ficar esperando você, e se caso algum dia aparecer, então eu não me contentarei de felicidade. E meu sorriso não será o suficiente para transparecer minha alegria. Ficaria parada, estática, olhando, analisando, sorrindo, chorando e pensando: Por quê?

- Paula Daniely.