COLO

 

 

Quero deitar-me em teu colo

para ver se não demoro

para dormir

o sono dos justos.

Bem sei que à qualquer custo

ainda  hei de poder te falar

o que faltou dizer

na última vez.

 

Coisas como a amplitude

de toda a insensatez

que marcou nossa estória

e nosso destino.

 

 

Erámos, nós dois, apenas duas crianças:

Uma menina e um menino

dotados de pelos púbicos

temendo vir à publico

para destronar todos aqueles conceitos.

 

Lembrei, hoje, do teu peito

esmagado contra o meu

e de todo leito que nos recebeu

na clandestinidade, no calor  e fumaça de incenso...


Sabe, moça... eu quase sempre penso naquilo tudo

e não há corpo desnudo

que eu vislumbre e não me veja

em sonhos contigo.

 

 

É gostoso

e aflitivo.

 

 

Mas eu consigo... ir vivendo...

 

 

 

Qero teu colo ardendo em febre.

E mil léguas onde eu leve

o gosto da tua pele

comigo.

Ogro da Fiona
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