é madrugada e a febre me incendeia,
a minha mão errante, a escuridão tateia
em busca do teu corpo "indesperto"
Em vão, procuro eu, tempo perdido,
não ouço, na penumbra, um só gemido
não me respondes, nem estás por perto.
Tão longe, o mais possível, estás agora,
entre todas, intangível, minha senhora,
compartilha com outra alma outro destino.
o sangue ferve, a tempora lateja,
o coração salta agitado, o peito arqueja,
a febre recrudesce e eu alucino.
e entre vultos e visões, te encontro enfim,
diáfana e translúcida vens a mim
estendes tua mão e enfim me tocas
teu corpo tão perfeito ao meu se aninha,
em teu cálido regaço me acarinhas
e entre os seios perfumados me sufocas.
e as visões se sobrepôem confusas,
e em meus delírios insanos, ainda usas,
a camisola transparente que eu te dei.
que traz ainda, marcas tão singelas,
do nosso ardente amor, gravado nelas,
testemunhas do tanto que eu te amei.
Mas o quanto dói a tua ausência, somente eu sei...
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