HAVERÁ OUTRO QUE NÃO EU QUE SEJE ELE MESMO (meu aniversário)

Eis figurados: o cão, de tristes olhos, sem as patas trazeiras e alguns sentimentos mendigos
Seguindo, por si, descentemente o átrio 'necropolitano'
Como imperam os hábitos.
Apenas revelo: estive lá também,
Sem exclusão.
E porque a morte a mim também segue, há que tentar viver.
Com os olhos tristes, mas sempre um (não sei porquê) sorriso vem recomeçar,
Mesmo quando jaz o inferno em mim,
Mesmo após o sol afogar...

Ó minha alma, há que crer,
Há que abandonar-se em utopias.

E aqui eu e eu-o-cão sem patas trazeiras e agora sem nenhuma,
Nesta taciturna viela em minha alma
Como manda esse tédioso evento que é viver;
Onde vem e vai, mesmo que inerte, a esperança;
Nesta neblina, Haverá tempo para chorar,
Tempo haverá para sorrir nem que de tristeza.

Abdico de ser outro que não eu
Nem que rei dos tesouros dos céus fosse eu proposto.
Sou este sim, contente de ser inútil e relés, e entediado por saber que ele é ele.

Seria eu mais do que sou, se eu não fosse eu?
Teria valido, amigos...
Teria valido ser um pouco mais ignorante e vil
Que riquezas cercam os infames.

Então abdico-me dos ais da incerteza e 'talvezes'
Porque o presente é o futuro que chegara matutino.
E quem eu sou e serei só eu farei...

Hoje que canto a mim e ao meu aniversário
A Lonjuras dos meus amigos que fazem-se perto.

Dedico-me e a todos a banda SNOW PATROL - RUN.