Sou nada, sou folha morta.
Árvore sem frutos,
fonte sem água,
terra sem fonte,
casa sem porta.
Aqui sou tristeza
sou vida vazia
sou a fantasia
de alguém que sonhou.
Sou gramas do peso
sou gotas de chuvas
grãozinhos de areia
pedrinhas de gelo
que do céu caiu.
Sou tão pequenina
barquinho perdido
criança sem mãe,
amor esquecido.
Um sonho estranho
que alguém já sonhou
Sou resto de luz
final de um dia,
sou a poesia
que a vida escreveu
e talvez esqueceu
num canto qualquer.
Eu sou a semente
que a terra não quis
triste, infeliz
nem sequer germinou.
Autora: Maria A. Pontes
Maria A. Pontes
© Todos os direitos reservados
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