Saudades

Vinha lá da noite escura do beco da Alfama,
Som d'um fado rasgado à dor e rimas,
Pois da alma lusitana se lança ponta aguda certeira
Aos corações das donzelas, sem a devida cura.
Que estranhe quem não sente amor ou amarguras,
Há mulheres que a gente diz sempre ao vê-las:
Olhos cheios de nuvens e estrelas.
Minha Lisboa, mãe de mares, continentes e ilhas,
O brilho emudece quando em canções me faz poetar,
Saudades do olhar nunca baixado,
Quando chorei longe de todas elas
As velhas ruelas de minha terra...