Vinha lá da noite escura do beco da Alfama,
Som d'um fado rasgado à dor e rimas,
Pois da alma lusitana se lança ponta aguda certeira
Aos corações das donzelas, sem a devida cura.
Que estranhe quem não sente amor ou amarguras,
Há mulheres que a gente diz sempre ao vê-las:
Olhos cheios de nuvens e estrelas.
Minha Lisboa, mãe de mares, continentes e ilhas,
O brilho emudece quando em canções me faz poetar,
Saudades do olhar nunca baixado,
Quando chorei longe de todas elas
As velhas ruelas de minha terra...
William José Carlos Marmonti di Gaeta
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