Nas lavouras do Sul... Poema MIL.

Nas lavouras do Sul...
 
 
 
Dos olhos sem viço e sem alegria 
 
Descem lágrimas tristes, temerosas
 
Dos rostos transfigurados
 
Quedam-se pelas faces crispadas
 
Em mais uma noite, longa de espera
 
Pela chuva, o pranto do céu amoroso
 
A vida que revitaliza nossa terra
 
Venha aguar nosso rincão amado
 
Nas horas longas de mais uma noite 
 
Interminável e tensa madrugada
 
Na espera dum milagre, o da chuva 
 
E não seja de todo perdida
 
A labuta, o plantio e a colheita
 
A luta desta gente sofrida
 
Suas lavouras e o sustento
 
O alimento nosso de cada dia
 
As artimanhas do tempo
 
Com sua grotesca bruma
 
Deixa só dor e lamentos
 
Lágrimas nos rostos
 
Faces transfiguradas 
 
Semblantes chorosos
 
O tempo todo eis que a morte 
 
Anda á espreita no Rio Grande
 
Nas lavouras do rincão amado! 
 
 
Maria Iraci Leal/MIL
 
POA/RS/Brasil
 
22/02/2012
 

Maria Iraci Leal
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