Ímpeto, furor insolente de um cósmico arranco.

A neve... Frígida, impassível, bela, empírica...

Bruxa em vestes opulentas, sorriso sarcástico e branco...

Estrela de má sorte a qual me carrega à eterna região onírica...

Foice fantasmagórica e intensa... Golpeia sem dor o meu flanco.

Riso de um coringa da etérea e derradeira corte satírica,

Cambalhoteia e faz ópicos malabarismos o saltimbanco;

Eu, resignado não sorrio, como que tomado por uma possessão vampírica.

A tua boca era como um pavilhão de suprema luz.

Glória majestosa, perfeita equação, matemática do amor.

Meu calvário carrega agora os ferros de impiedosa cruz...

Inverno... Deserto alvo... Pandemônio e cadeia...

Quem está morto não o sei; mas esta antífona de dor

É um gélido vendaval a destruir esculturas, corpos de areia...