Aos Pecadores
Tártaro: Os gritos devorantes de almas condenadas
Ecoam tetricamente como sinfonias do caos.
E em certa região, Cérbero o cão infernal, deglute os maus
Em uma fome sinistra de volúpias insaciadas!
Os dentes a rasgarem a carne, sem piedade lacerá-la!
Apenas o olhar da besta faz até a alma mais dura tremer,
E o horror do oblívio faz qualquer um ter medo de morrer
Ao cogitar o encontro com a suprema fera, confrontá-la.
Cérbero anseia pelo corpo prenhe de negro pecado!
Com o estômago a roncar, sempre e sempre faminto!
São três cabeças, mas encará-las é como perder-se em um labirinto
Sem saída onde o terror não tem termo nem no futuro e nem no passado!
O rosnado a aterrar até o louco mais frenético
Ecoa na alma como um grito histérico em uma caverna!
Cérbero tem fome! E eis que sua fome é eterna
Tal qual o conflito entre bem e mal em um mundo hermético!
Cérbero a farejar e salivar entra em meus sonhos!
Este inferno, por assim dizer, onírico, onde chamei por sua fúria
Fez com que triplamente meu corpo se dilacerasse em injúria
E no fim, corpo e essência foram sobrepujados em seus frenesis medonhos!
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