Sempre achei que mudaria o mundo, que minhas opiniões teriam força e que a vida valeria a pena.
Sempre achei que mudaria as pessoas, que enxergaria os corações delas, mas me enganei completamente. O coração é imprevisível e a alma invisível.
Sempre achei que a guerra era algo passageiro, mas descobri que estamos a mais de dois mil anos em guerra e sem previsão para acabar.
Sempre achei o amor era à base de tudo, até descobrir que o dinheiro rouba a cena e destrói os bons sentimentos.
Sempre achei que se tornar político não era aumentar as casas decimais em conta bancária, e sim, mudar a vida da sociedade para melhor. Parece que o engano é algo corriqueiro.
Sempre achei que o planejamento era o alicerce para um bom futuro. Mas de que vale planejar e não viver? Não aproveitar?
Se não temos a garantia mínima de segurança?
Viver é mais, a cada dia que passa, tem que ser muito mais.
Só temos o hoje para viver.
Sempre achei vivíamos em uma civilização, até ver os atentados terroristas aos meros civis.
Sempre achei que a expressão de que: “o olhar fala mais do que mil palavras”, expressava a sinceridade, até ver a falsidade de quem confiava. Não se pode ler o olhar de quem esconde a verdade.
Sempre achei que era a fé que movia as montanhas, até ver o que a chuva destrói sem deixar sobrar nada, sobrevivendo somente o rastro da destruição.
Sempre achei que a decepção era algo que vinha quando criávamos expectativas excessivas, mas descobri que você não precisa ter nada, criar nada, que mesmo assim, sempre tem alguém que sabe decepcionar perfeitamente.
Sempre achei que a poesia poderia trazer romantismo, um tom de paixão nas pessoas, e o que mais vejo são os sentimentos destruídos, com mentiras e falsidades. Acima de tudo, uma total falta de respeito com o próximo.
Sempre achei que esse mundo poderia ser melhor, e de fato pode, somente se a mudança partir do coração de cada um, assim como parte
do meu...

São Paulo, 31 de janeiro de 2012.

Carlos Eduardo Fajardo
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