Contato

  
 
Eu desejo que
Me desejes
Quero misturar nossas formas
Eu quero morar em teus orgãos
Quero te beber o cansasso
Quero o teu querer disfarçar teus sintomas
Quero despejar o teu jarro
Te fazer recuar sem sentidos
Pra um beco sem escapatória
Te animalizar como a fome
Que guardas pra dar a teu príncipe sem reinos
 
Não quero despir-te assim só de panos
Eu quero é frustrar os teus planos teus sonhos mais santos
Te enlouquecer te perder e te achar pra te devorar e
Depois repetir te redevorando
Cada palmo
Te fazer lembrar que tem pernas e dedos
E coxas, virilhas e umbigos que podem arder
um por um
 
Depois de sugar tua seiva em teus seios
No seio do lar dos teus sonos
Lambuzar o teu íntimo
Afogar teus suspiros
 
Nascer e nadar em teu charco
Anfíbio
Dois alienígenas anfitriões de um festa privada
Penetras de um mundo que a partir de agora
Sempre esteve lá
 
Convite
Uma dança num jogo
Que talvez em ganhar já perdi
Sem saber a tempo o buraco em que me meti 
 
Essa noite a escuridão
Fervilha em demônios e apelos
Em unhas e pelos
Em fertilidades fatais
Florestas marinhas limites de mundo
 
Abismo no centro de dois
Um que se fêz
Explosão mútua
Prazer que ultrapassa e transcende como encarnação
 
Nas pornografias diárias
Ser fotografia encravada em teu coração maculado
A serpente do mundo em teus pesadelos
A cobra suicida viciada em morrer num
Covil de Viúvas negras num ventre da Terra
Ser o teu ultraje como o pão de todo dia
Rasgando teus trajes tão bem planejados
Rompendo os véus de tua indecisão
 
E amanhã voltar com outra cara
Pra desenvergonhar outras taras
Desencadear outros  gozos
De novo vulgar e ainda único
Gestando suas contradições apaixonadas
Chingando o desejo de "AMOR"
Cuspindo no Amor por amá-lo
Cheirando um suor numa salivar sinestesia
 
Então nossos nomes se dirão
Nossos pudores todos escorrerão em palavras sujadas
Na calada das nossas hipocrisias inconfessadas
Na mistificação de simples anatomias de ruas e bocas incultas
No tesão de transgredir morais
De vilipendiar Moraes e Pessoas
De permitir se rebaixar a fixações anais
Lubrificar as línguas em palavreado crú
Como Raíz profunda que
Rumo aos céus
Rasga-se pelos últimos infernos
 
Conhecer e mapear o território de
Nossos corpos num deslumbramento de naturalistas amantes
Pois nada será como antes de percorrermos esse campo de batalha
Despidos de mosquetes! Sem navalhas!
Por orelhas, bocas, pescoços e dorsos
Mamílos, abdômens, púbis,clitóres, Pênis e glandes
Testículos, lábios, vulvas,vaginas e ânus        
 
Toda a química e toda mecânica
De Toda e qualquer outra guerra
A maldade toda que o gládio humano encerra
É tosca e vã perto de tal disputa Titânica!
 
16/11/2011