Das idas e vindas do amor

ah o amor...
indomável, doce, selvagem
que nos dá um febril desejo
e faz por inteiro aceitar
virtudes, clichês e defeitos
só um burro dá as costas
a um amor verdadeiro
que arrepia até a nuca
e acelera o corpo inteiro

pode confundir ou dar medo
de tão forte e arrebatador
às vezes vem um desespero
de perder e se encher de dor
na tempestade de emoções
um ciúme matador
pode assassinar o belo
sepultando esse calor

dúvidas, desconfianças
desrespeito, mentira, arrogância
derrubam o mais forte castelo
tecendo sorrateira trama
e aquela pintura linda
que contaria o amor de novela
pode desbotar enfim
borrando toda a aquarela

então não se percam à toa
perdoem-se, riam, façam paz
ter o amor de quem se ama
é maravilhoso demais
mil juras de amor eterno
promessas num beijo sem fim
desculpem-se,cedam, não desgrudem
durmam coladinhos assim

E que amor delicioso
fazemos após uma rusguinha
como nas primeiras vezes
um fogo que não termina
só basta o corpo roçar
meio sem querer querendo paz
braços e pernas se trançam
fazendo gostoso demais

como mil e uma noites de amor
com os corpos ardentes suados
entrando e saindo do fogo
saboreando o orgasmo
num frenesi  bem gostoso
de corações acelerados
sem freio respiram ofegantes
amantes que são bem amados

ah, meus queridos amantes
sejam mais inteligentes
nada de amor burro e arrogante
sejam mais dóceis e calientes
quando o inimigo rondar
querendo separar quem se ama
resolvam a briga com amor
fazendo as pazes na cama

se ama alguém de verdade seja bom até a raiz
se não faltou respeito, sem traição ou deslealdade
sejam bobos, bem românticos de verdade
e façam continuar tudo bem feliz

Minha casa, Salvador, sonhando...

André Ferreira
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