São quase duas da manhã
Escondida em meus lençóis choro
Nem sei mais se minha mente está sã
Mas de me desligar de tudo a ela imploro
Lá fora escuto apenas os carros
E um pássaro que está defronte a minha porta
Antes ouvia apenas seus passos
Deveria ter notado que você é um calhorda
Será um pássaro ou será sua alma
Que ao cair do seu sono veio ao encontro da minha?
Não a encontrou e então perdeu a calma
Ou será que nem calma tinha?
Não quero dormir para não cair na tentação
De fechar os olhos e lembrar do que passava
Não quero acordar e lidar com a distração
De você dizendo com o olhar que me amava
Nesse paradoxo vivo, mas não quero mais viver
Queria apagar-te da minha mente
Com toda a força do meu ser
Para assim eu ser feliz para sempre
Quando você me tinha enlaçada
Me desprezou perante seus amigos que de mim não gostavam
A partir desse momento vi que não valia nada
Me humilhava e eles te veneravam
Quando senti que naquele dia de verão
Seria o último que iria me deparar com você
Pensei "Todas as minhas angústias irão"
Agora vi que fazes parte do meu âmago, do meu ser
Me lembro de cada detalhe do seu rosto
Olhos castanhos, cabelo alourado
Todas as mulheres por ti suspiravam, moço
Vamos deixar seu físico espetacular de lado
Galanteador, prendia todas aos seus enlaços
Lembro-me do seu sorriso encantador
As mulheres atiradas se debruçavam em seus braços
E você nada fazia, de corações era um matador
Quis muitas vezes estar ao teu lado
Através de pistas clamei o meu amor
Mas você não desvendou esse jogo embaralhado
E tudo o que sinto agora é dor e mais dor
Com essas palavras tento dizer adeus, fato
Difícil porque tenho uma dose em mim que mistura odiar e amar
Solução saturada que invadiu o meu hipotálamo
Esse levado que insiste todo dia por você se apaixonar
Na madrugada, sobre l
© Todos os direitos reservados