Rua do tempo


Sinta sob os pés a terra molhada
E o cheiro de poeira subindo
Leve na memória o ar da madrugada
Lembre-se que tudo está fluindo
 
Siga pelas ruas a procura de um sinal
Que te leve a explorar uma fórmula
Finja que o tempo não é tão real
Que a sensação é de viver uma fábula
 
No alvorecer tudo é um espetáculo
Até o orvalho fica cristalizado
Na rua, nem o tempo é obstáculo
 
A madrugada desperta o povo cansado
Que sai pela manhã do seu habitáculo
Sem perceber o belo cenário do povoado

Lucélia Lima
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