Elisa nos contempla agora , não com uma confissão , mas com uma constatação: de que tudo é bem mais do que agonia de uma face à tona do sensível. E nos provoca com um absurdo susto mudo, que nos acomete ao dirimir o texto de "Não posso te fazer me amar". Suas palavras oscilam traduções desamparadas, por não saber porque motivo, quando . . . e evoca definitiva "não existe medicina pra mim" e continua "Sepultei-te em meu corpo", onde decreta a solidão que a unicidade do ser sofre em detrimento da dualidade em e com outro ser.
Enumera-nos , apontando em rastilhos, a anulação afetiva/dolorosa em: "toco tua face e era só ar"; "lábios te beijam. . . ósculos de brisa";"tua figura . . . reflexo lunar", em hiato truncado e belo, que soletra a sílaba quebrada, que se tece de sofridas negações.
Encerra reconhecendo "não queria tua imagem na mente . . . nada posso fazer pra me amares", ou seja , amor perdido pra uma só pessoa, que fecha esse cenário de bem urdido drama poético, onde foi como revelar: tenho mãos parcas/tenho pouco com que tocar-te/é essa sede antiga. Texto cálido, terno e emocionante, que veio mitigar nossa sede de poesia agora ! Bravo Elisa !!!