Gelo

Sou o que hoje me tornei.
Com viagens de alegria,
E sentimentos de quem eu não seria:
O eu de hoje jamais mudaria?
 
Vou ser quem eu não gostaria de ser?
Irei saborear uma pedra de gelo,
Decompondo-me de uma viagem partida,
Sem levantar asas ao sorrir pra vida?
 
Sucumbi à realidade do meu sonhar,
Sem perder o tempo que me desamparou...
Deste modo atropelei ilusões sem mira, sem lamentações.

Sendo assim, atravessarei com os meus indomáveis sentidos,
De encontro a uma linguagem satírica que não sanará.
Entregar-me-ei a quem me libertará: eu, mais ninguém.

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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