O mundo é meu.
Eu não tenho nada.
O vento sussurra em meu rosto como uma lâmina polar,
que absorvo e engulo por cada um de meus poros.
O chão passa por mim, tablatura de percussão.
O horizonte se esvanece em areia.
A lua me vê, a lua me protege.
Sinto vontade de correr -
mãos na terra, olhos no espaço -
Em movimentos rotativos como os das estrelas
Que apanham as folhas e jogam para cima
Os cães uivam. Queriam uivar com eles
e dizer para todos como o mundo é belo
e o tempo é relativo.
Minha garganta anseia pelo coro.
Mas não tenho tempo -
meus passos me levam ao infinito.

Philidel
© Todos os direitos reservados