Gente
[ comovente e silente
Gente do olhar fundo, pro fundo
Gente do semblante descrente
no ardente mormaço
[ do latente espaço
Gente rota e esfarrapada
Gente olhando
[numa definitiva indefinida direção
Num farfalhar de lamentos
[ repercutidos e deixados
Desse mundo; no limiar do osso após a carne
Sem as perguntas da vida
só as respostas da morte
Gente absurda, até no baixo consumo do improvável
em levas e levas, desprezadas por um alguém
[ que não ligou pra outro alguém
Gente que ninguém sabe quem é
[ mas todo mundo o que é
Estáticas dinâmicas criaturas
Que além das exigências insatisfeitas do corpo
se queda num lugar; que é plano inclinado de gente
[ inclinando-se
Vindos da deformação da dúvida para a
[ amputação do medo
Gente no centro da exclusão inclusa
Cabeça baixa
[ cara ao chão
Diante do sangue quase intransitável
Do peito de respiração subjugada
Que malgrado . . .
[ arfa !!!!!!!!!!
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