Obrigada por olhar para trás, por me deixar voltar até aqui. Pois cante, meu amor, cantarei contigo e juntos nos uniremos novamente. Talvez palavras soltas, ser ou não ser, dois corações, apenas um com o poder de guiar os dois, um mar sem vida, um universo sem flores. Talvez falte luz, falte água, não vida. E quem falaria sobre a falta, sobre a distância entre o amor e a razão de viver, quem cantaria eternas músicas de amor enquanto milhares de seres estão em bares a espera de um par para chorarem juntos por um amor não encontrado, por um atraso nunca tirado, pela falta do que nunca conheceram, ou pelo que foi proporcionado em um segundo e logo em seguida retirado de suas mãos como se nunca estivesse ali, como uma chuva de verão. E assim com duas metades de um, juntos, formem o que vieram buscar em algumas doses da primeira bebida que encontrarem, não irá durar, eles sabem disso, mas nunca vão desistir de encontrar aquilo que sempre buscaram. E não durou, mas o destino, ah o destino é, com o perdão da palavra, um desgraçado. Traçando esse futuro com uma verdadeira burrice e falta de bom senso, mas quem é que pode reclamar? Do que adiantaria? Pois eles voltam ao mesmo lugar, com as mesmas tristes românticas músicas, que mesmo com uma voz tão doce a cantar, quebra, e ao mesmo tempo junta os pedaços de tantos corações despedaçados.

Mônica de Souza
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