E olho em lívido silêncio novamente
Para o mesmo quadro tímido de Jesus
Com os lábios querendo falar-me insistentemente
As frases de consolo que à salvação deduz.

Alcanço intermináveis infinidades
Submerso nas trevas taciturnas da ignorância
Cercado de sortilégicas divinidades
(painéis publicitários de pródigeâ ganância).

Espero sem falar nem comungar e sem esperança
Espero indiferente como um fantasma viajante esquecido
Imergido no fedor dum corpo celestial jazido

Escutando, ausente, pregações a distância
Dum Bispo filando em lençóis a sede de escravizar princesinhas.
E pergunto: quem ressucistará a esperança que ontem tinhas?

Olhando para a foto do meu ascendente sanguíneo... Ouvindo-lhe dizer: 'Todos corações estão quebrando suas promessas...'