PARA O CORAÇÃO DA TEMPESTADE

Eu entro no coração da tempestade...
Sem medo, sem pesar, sem amarras, sem hesitação.
Sinto a violência do vento em todos os lugares...
No luar, na alma, no coração.

Procuro a tempestade de livre vontade.
Tenho consciência dos riscos e consequências.
Abraço a minha bravura e esqueço a ternura.
Busco coragem e ignoro a amargura.

Quero sentir o frio cortante das gotas de chuva.
Ser levado pelo vento ameaçador e feroz.
Lutar contra a força da natureza, em meio à incerteza.
Olhar nos olhos do meu algoz...

Fui tomado por um desejo de autodestruição.
De domar os ventos e colher as chuvas.
Pretendo velejar numa nau de agruras...
e provar do doce fruto da aventura.

Provarei das duas oferendas:
a amarga derrota e a doce vitória.
Agradecerei o que me for oferecido.
E então escreverei minha história.

Zenilton Silva Júnior
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