
Vejo marcas de pneus,
Várias marcas d pneus.
Marcando o solo das ruas
Por onde passam, várias pessoas,
Encerradas em seus mundos!
Vejo marcas de tintas
Tintas envelhecidaspelo tempo,
No solo das ruas.
Indistintas marcas de tintas
Esquecidas no chão das ruas!
Vejo marcas de pés.
Pés humanos, pés animais.
Marcando asfaltos negros
Onde o tempo não recua
E não se retarda no ontem!
Vejo marcas de sangue
Sangue derramado ao acaso
De uma noite sem tempo,
De brigas inconsequentes,
De uma morte fatal!
Vejo marcas diversas,
Diversas formas sem nexo
No solo das ruas negras,
Que se perderam no tempo
Por novas marcas que surgiram!
Olho para trás, vejo marcas
Gravadas recentemente
No solo das ruas por onde passo.
Marcas minhas, pés descalços,
Marcas de uma procura...
cataguases 05 de maio de 1989
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