DR. SOCRÁTES, O ALCOOLISMO E O PASSADO RECENTE DA HUMANIDADE

Dr. SÓCRATES, O ALCOOLISMO E O PASSADO RECENTE DA HUMANIDADE


A frase do Dr. Sócrates dizendo que não iria jogar no exterior se a emenda "Dante de Oliveira", que restabeleceria a eleição direta para presidente no nosso país fosse vitoriosa, vejo, hoje, como foi um “marco” do período.
 
Quando dita, na época, eu a considerei inocente, pois quem iria votar a emenda eram os “raposas” do congresso e, para estes, o contrário caso fosse o povo, as cartas já estavam marcadas e a colocação dele, para estes, era indiferente e só poderia tê-lo prejudicado.
 
Não se agüentava mais a ditadura e nem ela a si própria, mas ela queria passar a bola prá frente com o interstício de uma indireta no meio de campo para não ficar tão feio.
 
O congresso parece sempre estar na contramão do que deseja o povo, ou consegue, sempre, como o caso mais recente do “Ficha Limpa”, adiá-lo, enquanto possível, e não seria diferente naquele caso.
 
Mas vejamos como um aprendizado. Parece que o destino deseja nos fazer paciente, o que é o ganho de uma qualidade, assim como ela é na nossa vida pessoal.
 
Quanto tempo tivemos que ver este nosso querido gigante adormecido sem acordar, e ser sempre a promessa do futuro, que nunca chegava, e agora, ainda em vida, vê-lo começar a ditar regras e ser co-participante de decisões mundiais, de igual para igual, “não tem preço”.
 
 Valeu a intenção do doutor, fez parte da história, e esperemos que ele resolva satisfatoriamente os seus problemas pessoais.
 
 Engraçado, os estudantes universitários até hoje ainda se iludem com o comunismo. Vi, recentemente, visitando a reitoria onde estudei que só havia livros a favor ou sobre o comunismo, ou Marx e seus pares. Parece que o tempo parou nas reitorias.
 
Da minha turma ninguém lê mais Carlos Castãneda.
 
Nunca fui a favor da ditadura e não tive “amigos presos”, tive só “um” amigo que foi torturado e preso por uns três dias, mas ele era muito discreto e o nosso conhecimento do que estava acontecendo ainda era muito limitado e acredito de muitos dos que estavam afastados dos grandes centros da época, assim como nós, ainda na faixa dos quinze, dezesseis anos.
 
A minha turma era de uma vida mais natureba e esta estava acima do bem e do mal, mas não era alienada por isso, só não via um mundo cinzento por causa da política, mas sim conseguia ver o sol, mesmo com ela.
 
Mas uma coisa é certa: Teríamos todos sido assassinados se vivêssemos sobre a batuta de Stalin ou Fidel.
 
Chamar-nos-iam de contra-revolução e burgueses, mas nós não éramos nem a favor nem contra muito pelo contrário, mas quem, no Brasil, que pegou em armas que não era burguês?
 
Salvam-se uns poucos. É muito engraçado isso, só tinha “família boa na guerrilha” e quando foram para o campo arregimentar os camponeses viram que o povo não estava tão insatisfeito assim e ficaram “esnucados” e, sem saída, acabaram, infelizmente, assassinados. Vidas perdidas.
 
Mas nos colhemos os frutos dos caminhos que escolhemos.
 
Sem armas. Não é com elas que se ganha ou muda-se para melhor o caminho de um povo ou uma nação, que o diga a Índia com Gandhi ou, mais recente, a África do Sul, com Mandela e até nós.
 
Mandela, embora o tempo preso, nunca foi guerrilheiro.
 
“O que faz o mundo melhor é o que sentimos dentro de nós” como nos diz a escritora Roselis Von Sass.
 
A contracultura dos anos sessenta setenta, os festivais, a forma de luta de Marthin Luter King, a luta contra a Guerra do Vietnã, as aspirações e a frustração na morte de Kennedy e as aspirações culturais que nortearam aqueles tempos e aquela geração, sem pegar em armas ou truculências, foi o que determinou o futuro da nossa época.
 
Aquela época era uma era de muitas turbulências e a sombra do comunismo, que só se mostraria equivocada dezena de anos depois, procurava se ampliar pelo mundo com a sua sinistra trajetória de assassinatos e atos de extremismos e do outro lado os EUA, também tendo os seus erros, ninguém é perfeito, tentando manter o equilíbrio de forças na chamada Guerra Fria.
 
Os ideais comunistas nunca me foram atraentes, pois nos países onde eles foram vitoriosos, coitado do povo, não havia a mínima tolerância, todos vestidos de cinza, o mundo perdeu a cor, a mínima liberdade e além da morte sempre estar ao lado a chave de qualquer saída foi jogada fora.
 
O que é bom não precisa trancar as suas portas e janelas com trancas para ninguém sair.
 
O meio intelectual e universitário, dizimados nesses países, eram, ironicamente, os defensores e pegadores de armas para implantar esta mesma doutrina em seus países ainda livres.
 
Para o bem da maioria deles próprios não foram vitoriosos.
 
A maioria dos que pegaram em armas teriam sido os primeiros a irem para o “paredon” se morassem em Cuba ou na União Soviética ou se fossem vitoriosos aqui no nosso país. Esperariam muitas benesses, haveria lutas entre si e se matariam uns aos outros até predominar algum grupo, como foi o de Stalin.
 
Hoje muitos destes ex guerrilheiros, estão ai se lambuzando nas finanças do país.
Muitos destes sequiosos, hoje, por riquezas a qualquer preço, eram os nossos guerrilheiros formados em Cuba e na Rússia que se diziam lutar por liberdade e igualdade.
 
Se o mundo estava dividido em duas facções muitos outros iam para junto da natureza, no paz e amor, em busca de uma terceira via, mas também tiveram os seus excessos e também tiveram de se adequar a uma nova situação.
 
As ditaduras, tanto as de direita como as de esquerda tiveram o seu tempo e ruíram.
 
Mas assim como nós, individualmente, somos resultados dos nossos pensamentos e das nossas ações, vemos que o amadurecimento dos países e também da humanidade como um todo, também é.
 
E todo este tempo passado pelos países, individualmente, e pela humanidade como um todo, foi um tempo de muita efervescência e, com certeza, de muitas colheitas de semeaduras, mas também de muitas semeaduras para colheitas futuras.
 
‘O que o homem semeia isto ele colherá”
 

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