MORTE E RESSURREIÇÃO DE DOM RUMÃO, UM PERSONAGEM POÉTICO QUE FINGE FINGIR.

 

Desembestei de desgosto profundo

injustiçado as portas desse mundo

repraguejado pelo que não fiz

muita patranha rondou minha festa

Foi "Maldoror" quem me ungiu a testa

Que eu não crescia...cresci adulterando a lenda

Sou vivo, forte...acham que não?

De rumãozinho virei Dom Rumão

Sou imortal é o que prevalece, ileso a preces e a ladainhas

 

Fã de Jarry, mas mais pra Zé Limeira

Não abro mão do meu pastel de feira, nem do piano nem das aspirinas

 

Morri de tédio logo na primeira,,,

Mas como sempre fiz lá meus arranjos

Ressucitei nas mão de Pedro Arcanjo

Nas camarinhas do chão da Bahia

Vivo na vida mas nunca fiz planos

Me apixonei perdi a paciência

Me aproximei das garras da ciência

mas reccuei e fui viver poesia

sorvendo tudo sem qualquer demora

Ressuscitei depois de algumas horas

estava muito calor la fora

ressuscitei e o cheiro do bolor me incomodava

imcomodei o incomodo das narinas

fiz verter versos de dor e disciplina

pratica comum, já que ressuscitado

Não pedi favor, nem dinheiro emprestado

pra não dever as aves de rapina

sai do quarto

pus-me a andar atoa

de novo vivo

embora isso me doa...

não levei dias pra essa façanha

sendo que a urgência é o que me atordoa:

se é pra viver, que seja sem  manha

sem perder tempo com o andar de cima

tou de soslaio a beira da piscina

sem ser senhor de qualquer afogado

vivo da prática e não do pecado

sem sentir culpa por ser utopia

reinando por ai

por todo e qualquer lado

de "Rebelais" a " Chico brilhantina"

Deixai que a corja surte, como faz agóra:

Se teve um que fez em três dias

faço tres vezes em questão de horas!

Se a aurora é nascente e a noite tardia

não me arrepia o côro dos contentes

sigo na frente com garbo e regalia

bem amoral mas jamais indulgente

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