Quem   sou   ?

Viajo   sem   me conduzir    e   volto  sem   me  trazer

Não   sei   de   mim   e   sei   menos   ainda  de  ti

Padeço   na  solidão   e   ainda   me   abandono

Sozinho  !   Quem  sou  ?

Porque  encandece   um   reflexo   de   luz   nos   teus  olhos ?

Que  cega  sem  eu  te  ver 

Enquanto  emudeço   de   segredos   a   revelar

Repetindo  promessas  e  não  as  cumprindo

Alucinado !  Quem  sou ?

É  ódio   permutando  de  dentro,  com  desacordo  por  fora

Surpreende !    Advém  do   que   isso,  donde,  quando ?

Confessem-me . . . quem  sou ?

Desconhecido,  intraduzível,  que  mal  vê   o   temporal  chegar 

e  por  não  saber  algo  enfim,  o  chão  me  falta

abisma  do  meio  da   rua,   da  chuva   e   da   exaustão

                               [ restrito  de  ti  . . .  egresso  do  nada

                                            [ Quem ?

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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