RÉQUIEM AO NIRVANA

Emerge da solidão estafante
ó faraônico pensar por entre as nuvens!
Traz-nos ansioso medo,
pois a letargia do cotidiano não é folga.
A arte entre seus cabelos calóricos
alimenta o peito vil do povo.
E sua causa maior vem me curar
da facada que me feriu o sonho,
ó calafrio de outono,
contemplação ab rupta do Eolo,
ó cadente sonar, gaiola da libertação.
Meu sangue será todo seu se me
concede o pó das águas, as garras do querubim,
ó homicida, aparece logo desta névoa.
Vem logo enquanto há tempo,
e enquanto o tempo existe.
Vem para tomar o que me resta: a falta!!!