"Aequilibrium" (Equilíbrio)

"Aequilibrium" (Equilíbrio)

Deve-se por fim sorrir em alegrias - talvez - por tantas tristezas sofridas?
Estamos dando tréguas a mil léguas de qualquer pobreza,
Correndo por uma rua sem fim, na fuga ou de encontro ao vento "sapidu",
Que nos quer acariciar a face com tapas de afeto e sorrisos variados.

Chamam-nos de - quem sabe - "sarkastikós"?
Dez! A nota máxima para a forma do controle.
Cem! A velocidade insignificante do pensamento indefinido,
Resumidos ou somados no que chamo de: Equilíbrio (!)

Se na presença - talvez ausência - da tristeza a felicidade não nega,
A felicidade completa seria então na ausência - talvez presença - da tristeza repleta e cega?
Onde será o fim dessa rua? Onde foi que começamos? Somos o "medium"...
Por que disseminamo-nos assim, e choramos, e rimos, e vivemos, e morremos sem querer morrer?

Não fossem os meus piores delírios, acompanhar-te-ia com o vento no abraçar das velas...
Mesmo que não houvesse uma volta, uma ida, um destino;
Pensar-me-ia - no seu reflexo - ao degustar do melhor vinho, em uma taça envenenada que apenas eu beberia...
Beberia avidamente mesmo com calafrios para liquidar a ausência do calor!

Fi-lo porque era a melhor das alternativas?
Ao contrário, teria me perdido por entre as calçadas infinitas, atropelado por uma carona verbal e satírica.
Desamparar-me-ei na mesma... Como caminhar no sem fim da minha própria "imagine": Você! Eu!
Transformando-me em alguém que já sou. Impossível acreditar nas probabilidades mais improváveis!

Eu fui desta para melhor.
Todos levaram a pior.
Eu? Eu me dei bem.

 

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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