Falar contigo, amor
Me faz esquecer da pasta no dente
Lembrando do lobo de estepe qualquer
Me faz me perder nos teus lábios singelos
Me faz merecer os teus beijos e belos
Abraços internos de vindas tão boas
De viagens passadas vividas à toa.
 
Me faz um chamego, amor
Me faz consumir toda  dor e afago
Me faz engolir o cigarro entalado
No meio da cama e lençóis que deixaste por cima
Me faz um poeta sem versos e rimas
Sem ter o que dizer
 
Me faz saltitar sem ter pé nem porquê
Me faz te querer, te envolver e esquecer
a saudade da brisa do amanhecer.
Me faz retomar nos teus braços e ter
alegria maior de viver com você do meu lado...
 
Sorria comigo, amor
Me mostra teus dentes em atos tão puros
Me esconda por trás dos teus cachos escuros
E depois me abraça com o tempo parado
Me faz cafuné na beira do lago.
Me propõe um chamado de pele e cor
 
Mas não vá embora, amor.
Me faz prisioneiro de prisão perpétua
Me perpetua como eterno amante
Me envolve nua com o teu semblante.
Mas não vá embora, amor...
Por favor, não vá.

Renato Gaspar
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