Eu sou a voz que sai do meu violão
E o passo que você não dançou
Sou a calma que traz o meu colchão
E a paz que você desassossegou
Sou seu cálculo não feito em vida
Sou sua luz em estrada perdida
Seu porque de cada questão
Você minha resposta sem exatidão
Minha morte interrompida
O socorro que ecoa em meus ouvidos
As dores da minha aberta ferida
Eu sou o timbre da sua voz em cada palavra
Sua vitória mais almejada
Seu estremecer das pernas
Seu tempo em espera
Nós vidas entorpecidas
Uma pela outra consumida.
Ana Julia Artur Bolato
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