. . . última safra . . .

.  .  .  última safra  .  .  .

És a última safra
dos sentimentos...
a guerra mais longa...
A dança mais lenta...
O fio de Ariadne
arrebentado...
na metade do labirinto...

 

És o percurso inacabado,
uma venda amarrada...
aos olhos molhados
O último enigma....
A esfinge mais difícil
de se decifrar
..

 

És o grito no silêncio...
O eco dos dois caminhos...
Que vão e vem...
A música mais longa,
e mais  triste,que toco
em meu piano...

 

És o vinho tinto que me embriaga
a composição do meu sacrifício
o último afeto...ceifado
meu raro vício,guardado

 

És uma estrela cadente,
no escuro da noite...
O brilho da verdade que arde...
Meu misterioso véu de anil...açucarado
que as lágrimas e a chuva derretem
escorrendo pelos horizontes infinitos
...

 

És o dono das minhas insônias
madrugadas delirantes,lembranças ...
sou navegante das névoas prateadas
em busca da minha colheita...

 

És a última safra...
dos sentimentos...

 

És inspiração que não acaba
Que emerge das antíteses da vida
na fúria de um oceano em convulsão
és o poema da    minha eterna paixão

01/04/2011
29/05/2011

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Bruma Lilás - Taís
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