Não tinha casas, não tinha nada,
Mas tinha uma porta entreaberta.
Um viajante que por ali passava
Vindo de longa caminhada incerta,
Ouviu uma calma voz que lhe chamava:
Oh! Viajante entra vem descansar!
Cansado o andarilho olhou e não viu ninguém,
Mas a voz continuou a chamar; vem, vem!
Extenuado como estava aceitou o chamamento
E deparou-se com ambiente, calmo, diferente,
Onde ninguém falava, mas todos se ouviam,
E era uma multidão e todos eram semelhantes.
Quem são todos pensou o viajante
E uma voz tranquila respondeu; viajantes como tu!
Cada um deles está igual a ti cansado da viajem,
Tão cheio de espanto como tu estais,
Que ultrapassaste o umbral da vida sem perceber,
Porque só tem esta porta entre o viver e morrer.
A vida é um tênue fio que se alonga ao tempo
E quando se encontram os dois extremos,
Fecha-se o ciclo da vida, daí trevas ou luz.
Quando transposto os umbrais da vida,
Não pergunte quem tu és e sim quem tu foste
E nem o que farás e sim o que fizeste de ti.
Verás então o valor do passado, dos teus passos dados,
Que antes negligenciavas valorizando a vida.
Veras refletidas na tela de tuas lembranças,
Teus sonhos, tuas fantasias, teu presente e esperanças.
Bem chegado és tu o viajante à eternidade!
Vede estais como nasceste despido diante da verdade.
A vida e a morte são dois extremos que completam um ciclo de vida, Nada há nada de extranho, de castigo e anormal. Não temos de aceitar esta ou aquela situação, ao contrário cabe-nos fazermos da nossa existêcia terrena um presente e oportunidade de nos tornarmos dignos de vermos a aurora celeste.Reflexões pertinente à idade.
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