POBRE AVEZINHA!

Pobre passarinho
Sei que o teu canto é triste,
Porque em ti não existe
O prazer da liberdade
 
Tu vês da tua gaiola
Os teus iguais
Desfrutando o direito
De ir e vir e, mas tu não vais.
 
 Nasceste liberta pela natureza,
Mas o teu Rei te escravizou.
Através das grades não vês beleza
No que a natureza graciosamente nos doou.
 
Deus não quer ninguém escravo,
Nem mesmo que seja escravo da fé.
Àquele que crê deve ser consciente
E na sua existência ter por fé o amor.
 
Dizemo-nos Reis dos animais,
Por direito de raciocínio.
Mais onde está escrito a nossa supremacia,
Só somos mais um participante do jardim do Edem!
 
Dentre todos somos a erva daninha
E transformamos a terra em imensa rinha.
Extirpamos de nossas vidas a inocência
E pusemos a tristeza no trinar da avezinha.
 
 

Entre o canto da ave liberta e a escravisada, está a tristeza. No canto da ave que livre voa, tem beleza, mas no cantar da ave presa é o lamento que ecoa. É triste o destino que a estupidez humana lhe impõe e deixo aqui o meu grito de revolta contra a maldade do homem que se diz a imagem do Criador.

Da minha varanda ouvindo os pássaros livres.