O reboar do trovão . . . o som no chão do tropel dos Cavalos Selvagens
Lá se vão sem freio e sem brida, passando correndo como raios
Pareciam saltar sobre nós para acusar essa absurda ordem de dor
Pra que encilhas ? Pra que coxias ?
É a liberdade em disparada, sem o castigo das finas esporas e do chicote,
que fere e sangra
Pra que rédeas ? Pra que esse castigo desnecessário ?
Somente correr e correr contra corações enfermiços
Cavalos Selvagens me carreguem em teu dorso, junto com a minha
imaginação de espaços abertos à frente e me restitui a coragem de
enfrentar o medo
Cavalgar . . . sem cavalos de ódio no pensamento, só a indômita
inocência de puros potros selvagens
Me faz caminhar pra fora das sombras, da profundeza do ser, para um
novo porvir. Para uma pradaria repleta de flores
Não refuguem, sigam avante . . . encaminhem minhas sensações de
amplitudes sem amarras, pelos ombros incandescentes das colinas
Bravos corcéis, improvável produto de devaneios ou distrações, desafio
concreto contra a mesquinharia do vilão
Cavalos Selvagens a poeira do teu galope se dissipa no silêncio, como o
sopro de uma brisa, restando apenas pássaros planando do alto onde
passastes
Acima agora, paira uma águia peregrina, que grita como um pranto na despedida
Descai do céu como uma lágrima e retoma o vôo sumindo como
fumaça outonal
Tentando descobrir para onde foram os Cavalos Selvagens . . .
como eles podiam existir e ela não sabia . . .
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