Faltou contar-te algo.
A destruição em que este Universo
construiu sua teia, na absoluta contramão
de espaços que ainda não atinávamos.
Juntos, estáticos e perplexos,
no antiverso da maldita realidade,
ficou a ausência, e não a essência de nós.
Caminhando por gerações, na ranhura dos instantes,
premeditemos agora o que digo por nós,
que não consola nem desola, mas
que nos faz olhar para um lado espectral suspeito.
Nesse lume indeciso, que só deixa fugir um foco,
que pouco ilumina, exceto, pelo brilho do que fomos.
E ávidos por um último afago . . . lançados a revelia
em abismos; sem nos dar conta de olhar
à distância, de quase mais nada ver.
E um do outro ir . . . sumindo . . . sumindo . . .
© Todos os direitos reservados