VIDAS INTERROMPIDAS.
Sonhos que não param de florir nessa imensa primavera.
Uma beleza incomungável de catre atroz.
Chorando sobre uma bolha de ar.
Em direção a essa solução turva um vazio imenso.
Bolha vazia a espera de uma gestação interrompida
Seres que seguem sem destino por essa imensidão.
Lágrimas descobertas ao cair da tarde
Um coração cuspido sem direção.
Sobre a guilhotina sua nova mãe.
Que tão pouco sobrou do que lhe fez humano.
E sem odiar este mundo.
Chore pela última vez criança de colo.
Com requinte o outono se desfaz feroz.
Desfaz com ele uma vida sem vida, renhida.
Acabaram-se sonhos que estava por vir.
Entregaram-se ao mundo vazio e sem voz.
Sem que antes te apercebas dessa dor.
Porque esse será seu novo lar.
Algures profanando elegias nessa neurose séptica.
Ocultando sua tépida cruz em silencio'
Soluços invisíveis consomem a terra molhada
Olhares furtivos não combinam com ninguém.
Profecia inacabada por um gesto impensado.
Dores ocultas, dores nefastas de alguém.
Vem o outono surpreso e revela-se sem truques
Aquela que resistiu as drogas ingeridas de vidas
Morrerá algures sem precedentes desvendados.
Um gole de coragem e ódio jamais vividos.
Grácio de Freitas e Soraia Santiago
Mais um dueto...Fazer duetos é pra mim um desafio...Pensar com o pensamento do outro...
Tentar se igualar...É fantástico..por ai
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