Fronteira

Fui alvejado por uma vinte-e-dois no peito!
Cartuchos caem em confronto,
Bala perdida, no âmago do amor.
Não encontraram as vítimas da razão.
Mas sim os racionais de coração!

Havia tiros de misericórdia,
Cápsulas endereçadas sem remetentes.
Com nomes transparentes,
Escritos por um destino adormecido,
Sucumbindo ao que era uma vez desconhecido.

As folhas nessa época caem! Vai cair tudo!
Foi-se o outono? Hora de quebrar correntes, derrubar o muro!
Eu faria tudo outra vez com o frio do inverno sem estar na mira.
E mesmo nos movimentos suaves no escuro, não vejo o último cigarro fumado.
Na conquista, o oposto do meu inimigo gravou o meu nome na bala. Foi assim que levei o tiro.

 

 

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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