Miragem

Amar não é lembrar e nem jamais esquecer.
Amar é consumir o amor muito amado,
Aceitar sem precisar ser entendido,
E, também, poder encontrar palavras não faladas,
Até mesmo as conhecidas por milhares de pessoas.
Mas que só você - naquele momento - pode fazê-las eternas e suas.

Amar é sofrer e sofrer amando.
Apenas nascer e morrer de amor.
Apenas morrer e nascer com amor.
Amar não tem padrão.
Todos nós amamos de uma forma diferente.
Já pensou se todos amássemos da mesma forma?

Amar é o silêncio que aflora os desejos mais profundos,
Os desejos mais profanos e realizá-los em sonhos,
Como se estivesse vivendo uma realidade.
Amar não é reconhecer nem conhecer.
Amar é muito mais que isso, muito mais que terrestre.
Amar é um sentir sem fim, direcionado, um imutável consentir.

Amar é quando damos os últimos suspiros,
Querendo que perto de nós estejam as pessoas que amamos.
Amar só é acreditar quando acreditamos em nós mesmos.
Ninguém acredita para sempre, porque sempre há um ponto de partida de algo que terminou.
O amor não é tudo, mas um complemento de algo que não nos deve faltar.
Amar é aceitar sofrer mesmo que não haja outros caminhos.

Amar é deixar o destino encarregar-se de traçar todas as linhas tênues.
Entre o limite de um que delimita o limite do outro.
Um amor sem fim e não o fim do amor.
Amar é saber que existe apenas um amor na vida,
Com várias formas de amar.
Mas só nós sabemos como é bom amar e viver sonhando no único e último amor.

Estocolmo, Suécia

Carl Dahre
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