Incomensurável

Incomensurável dor de ser mole
Engole o gozo para estancar a ferida
Dedica tua vida a algo sublime
Sublima tua luz, que dela se vive
Vivendo amores que antes não tive
Te vendo assim, de baixo tão triste
Tristeza morena, de alto calão
Comendo o pão que o diabo amassou
Amassando a vida que tanto sonhei
Vivendo o quê, eu já não sei.
Sei lá, talvez seja covardia de admitir um erro
Talvez o enterro do corpo decapitado
Decapitou o coração e com ele as emoções
Alucinações de ser corajoso, bravo e destemido
Mas deste mito nada mais se sabe.
Sabe-se apenas que é incomensurável
A dor de ser mole
 

Renato Gaspar
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