Proteção
Como arvore que mantém suas folhas verdes
E que recebe a água da chuva para lhe regar
Mantendo-a intacta como quando muda
Amparando raios e ventos
Terra adentro para vedar
Como pedras pretas que rolam da pedreira
Que chegam à cachoeira
Para seu banhar
E que próximas as águas brandas
Uma a uma montanha se formará
Como toco arrancado a força
Que sem raiz ainda está vivo
Na bravura do punho firme
Que está a martelar
Como marés que arrastam poeiras
Tem em si a beleza
De um mar a se desvendar
No sal que rosna a pele
Leva consigo as impurezas das almas para descarregar
No laço e na peixeira que não permitem o mal se aproximar
No charuto que incendeia e defuma esse lar
No cachimbo que o cheiro pareia
Na mão negra que a cura permeia
Na gargalhada que um portão rodeia
Na saia vermelha que não para de girar
Uma espada que quebra barreiras vem como fogo nos acalentar
Sinta no ar o perfume das roseiras
São as crianças que querem brincar
Filhos de uma luz que clareia
Coroados pelo dom de ajudar
Essa proteção que me guia, me ilumina, me cativa
E te faz adorar meu pai Oxalá
Somos todos uma única banda
Umbanda, sarava!
Obs: Aprendi que na poesia tudo é válido, menos o preconceito!
Obrigada por ler!
© Todos os direitos reservados